Anteriormente em Pieces Of The Puzzle: Depois abrir os olhos após beijar Matthew, Amanda se vê novamente naquela papelaria um dia antes das aulas começarem, como se NADA tivesse acontecido, tudo havia sido um "sonho". Nessa papelaria ela conhece Sarah e coisas estranhas acontecem. Chegando na casa nova, que era linda e não tinha como ser deles por algum motivo, ela vê seu pai tendo uma conversa estranha com alguém por telefone e o desligou assim que viu eu e minha mãe na porta de um modo muito estranho. Oque estava acontecendo?



Fiquei paralisa por uns instantes olhando para o telefone na mão do meu pai. Quando voltei pra vida, soltei um grande suspiro e fechei os olhos por um segundo. Estava mentalmente exausta. Queria tomar um banho.

Não foi de primeira que eu achei o banheiro, mas não foi difícil. Enquanto tomava banho recapitulava tudo oque acontecera no dia. Sobre Sarah... Sobre o caixa e o cochicho... sobre a casa...  sobre a ligação do meu pai... Todos esses pensamentos foram espantados quando ouvi uma batida na porta.

-Estou saindo - gritei, para a pessoa que bateu à porta pudesse escutar.
-Goooool! - Gritou Gabe, que havia chutado a bola de futebol na porta.

Me embrulhei na toalha e saí do banho. Estava mais leve. Mais relaxada. Então fui para o meu quarto. Todos já estavam dormindo. Menos eu, que demoro para ter sono. Coloquei um pijama. O mais bonito que tinha. E fiquei me virando de frente para o espelho. Não sei porque, mas me achava bonita usando camiseta branca e shorts marrom.

Minha janela estava aberta e vi que o vento gelado fazia a cortina balançar. Então fui até a janela e me debrucei sobre a soleira dela. Aquela brisa fria fazia meu cabelo meu cabelo voar. E me sentia bonita daquele jeito.

Eu olhava pra lá e pra cá do lado de fora da janela vendo o vento balançar as coisas. Até que me deparei com um rosto. Era loiro, olhos verdes... e era um menino. Deixei escapar um suspiro e quando ele me viu eu saí rápido da janela. Eu não estava com fome, então fui direto dormir. Mas antes dei uma espiadinha na janela, mas ele não estava mais lá.



Quando acordei, no outro dia, estava bem melhor, disposta. Coloquei uma calça jeans e uma camiseta e desci tomar café da manhã. Enquanto minha mãe fazia o café eu fui arrumando a mesa. Meu pai descia com um jornal na mão.

-Está animada para o primeiro dia de aula, Amanda?
-Acho que vai ser legal, mãe.
-Vai dar tudo certo. - disse minha mãe me dando um beijo na testa e colocando a garrafa de café na mesa.

Gabe estava de pijama brincando com um boneco em cada mão, fazendo barulho de batalha com a boca.

-Gabe! É hora do café. Agora coma. - disse minha mãe, ao passe em que meu irmão mais novo fez careta e largou os brinquedos.

Saí da mesa antes de todo mundo, dei um beijo na minha mãe e no meu pai e dei um empurrãozinho no caçula da família.

-Já vai ir? Não quer que a gente te leve? - Disse meu pai olhando para trás, onde eu estava.
-É pertinho e eu não quero meu atrasar. Porque... é meu primeiro dia de aula. - Sorri, revirando os olhos. Minha mãe ficou orgulhosa.

Peguei minha mochila e comecei o caminho do meu novo colégio. Quando comecei a andar enxerguei o menino que havia visto pela janela na noite passada. Droga! Pensei. Tentei dar uma corridinha pra me esconder atrás de alguma árvore, mas quando olhei de novo pra trás vi que exatamente nessa hora ele olhou para frente. Olhou para mim. Oque eu faço? Oque eu faço? Pensei. Ah, não culpa minha se sou tímida! Virei pra frente o mais rápido que pude. Sei que ele notou. Mas oque eu podia fazer? Já estava feito.

Eu não tinha nada a fazer, senão continuar andando. Soltei um suspiro e caminhei normalmente. Chegando no colégio, ainda tinha muita gente na entrada do portão ainda. Havia acabado de tocar o sinal para a primeira aula. Os alunos começaram a ir para as suas salas, conversando uns com os outros. Fui para a minha sala também. Ciências. Era a minha primeira aula. Tudo bem, eu até que gostava de ciências.

Minha mochila estava me matando, parecia que eu carregava pedras dentro dela. Fui até o meu armário, comecei a abrir o cadeado e deixei minha mochila no chão, pois estava me atrapalhando. Enquanto eu estava envolvida tentando colocar a senha (caramba, pra um senha tem que ser tão difícil. para ser colocada?) um bando de garotos chegou, eram uns quatro ou cinco. O mais bombadinho começou a falar:

-É novata? - ele estava rindo.
Idiota! - pensei.
-Sim. - Falei, curta.
-Quer ajuda? - ele falou começando a me puxar pelo braço, rude.
-Não.
-Ah, vamos lá. - me puxava mais.
-Não! Me solta! - joguei os livros nele.

Ele ficou nervoso, deu para perceber. Fiquei assustada com a reação dele, mas já era esperado. Ele me apertou mais, soltei um grito.

-Solta ela. - alguém falou.

Virei minha cabeça rapidamente em direção àquela voz. Não é possível! - pensei. Reconheci aquele cabelo loiro na hora.

-Solta ela! - insistiu, um pouco mais bravo.
-Ou ou ou! Vai com calma, irmãozinho. - brincou o bombadinho, ao passa que me soltou.

Quando ele me soltou, saí rápido de perto deles. Não sei porque... mas fui para perto do garoto loiro. Foi minha primeira reação. Todos os garotos saíram. Menos um. Menos ele.

-Você está bem? - perguntou o menino de cabelos loiros. Eu ainda não sabia o nome dele.
-Eu não precisava de ajuda. - falei, seca.

Ele se abaixou e começou a me ajudar com os livros.

-Meu nome é Matthew. - falou, enquanto juntava os livros do chão.
-O meu é Amanda. - sorri.

Enquanto segurava uma pilha de livros numa mão, levantei e comecei a tentar abrir o armário com a outra. Matthew percebeu que eu não fazia ideia de como se abria aquilo. Ele levantou, também segurando livros nas mãos, e começou a rir da minha situação.

-Ta booom. - eu disse, sabendo que ele estava pedindo com os olhos para abrir meu armário. -Pode abrir.

Matthew começou a abrir o armário, descobrindo aquele código com uma facilidade de quem estava ligando uma TV. Eu ri da minha própria situação, cobrindo meus olhos com a mão, de vergonha. Ele riu disso.

-Sabe... eu acho que somos vizinhos... - ele disse me entregando meus livros.
-É. Acho que sim... Eu te vi hoje saindo de casa. - eu disse, colocando os livros na minha mochila.
-Eu sei. - riu, pois ele havia percebi que eu não queria que ele tivesse me visto. Dei um empurrãozinho nele.
-E... - eu estava com vergonha de falar que havia visto ele ontem à noite pela janela.
-E...?
-E eu te vi também ontem à noite. - falei, mordendo os lábios.
-Eu também te vi. Mas você saiu tão rápido quando me viu...
-Não, é que minha mãe estava me chamando - menti.
-Ah ta.

O sinal tocou.

-Está na hora de ir. - Falou - Qual sua primeira aula?
-Ciências e a sua?
-Sério? A minha também! Vamos? - ele fez um gesto de brincadeira para que eu passasse na frente, eu ri disso.

Enquanto estávamos passando pelo corredor, eu vi aquela menina da papelaria que era bem parecida comigo, Sarah, isso, esse era o nome dela.

-Sarah?